Um dia que aprendi a uma lição pela dor

 Eu da minha forma sempre me achei uma mãe bem presente na vida das minhas meninas, estive em todas as consultas com a pediatra.

Sempre fui ao dentista, mesmo que para conversar, explicar o que estava acontecendo, ou mesmo só para segurar na mão na hora que dá aquele medão ou segurar quando nada mais funcionava.

Mesmo quando não estou fisicamente com minhas meninas estou sempre vendo, pensando, resolvendo coisas das minhas meninas.

Até vacina nunca tinha perdido uma das meninas, sempre fiz questão de entrar para ver se estavam aplicando a vacina correta, para ver se vacina está na validade. Juro, eu peço para olhar a vacina antes de aplicar nas minhas meninas. Você consegue imaginar a cara que alguns profissionais de saúde fazem para mim, mas nem me importo, é meu direito como mãe saber o que estão aplicando nas minhas filhas.

Quem acompanha meu blog sabe que as minhas meninas estão fazendo o tratamento com uma alergista e que a cada a 15 dias ela tem que aplicar uma vacina na Mariana e na Rafaela, até comentei disso aqui. Pois bem, só que da última vez não pude acompanhar minhas filhas na vacina, então pela primeira vez eu não participei de uma vacina das minhas meninas. Eu pedi para a babás das meninas levarem-nas, pensei: é melhor a criança tomar a vacina no dia do que esperar o dia em que eu possa levá-las na médica.

Minha secretária levou as meninas na boa, eu toda feliz da minha vida pois tinha conseguido resolver mais uma situação. Pensei: as meninas vão continuar o tratamento direitinho, só que quando ponho o pé em casa, as meninas vêm me contar que foram tomar a vacina, que doeu, que as babás levaram elas e outras coisas.

Foi então que quase fiquei sem chão quando a Rafaela disse “mas você não me levou no médico”. Respondi: “foi, meu amor, a mãe não pôde, mas eu pedi para a babá lhe levar”. Então a Rafaela fala para mim: “fiquei tiste[triste] consigo [contigo]” e perguntei: “mas por que meu amor? “. Ela responde: “porque você não estava comigo segurando minha mão”, isso com o rostinho mais triste que se pode imaginar, pensa que foi como se eu tivesse levado um soco no estômago, doeu lá dentro, perdi o chão. Então eu disse: “filha, não se preocupe, sempre vou estar contigo segurando sua mão, no que você precisar”, e ela disse: “dá próxima vez quelo [quero] você comigo tá bom ?”. Eu respondi: “estarei lá”.

Então depois fiquei pensando que mesmo eu tendo a preocupação com o tratamento dela, para minha filha não importou se ela fez o tratamento no dia correto, mas sim que eu não estive com ela no momento importante da vida dela, que não estava presente quando ela precisou que eu segurasse sua mão, por isso deixo meu relato para pais/mães que precisam delegar algumas coisas para que outras pessoas façam por nós, pensarem que tem coisas que só pai e mãe pode fazer, que tem coisas que não dá para delegar.

No meu caso quase tudo deu certo, com exceção do feedback